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Mapa suspende fabricação e venda e determina o recolhimento de lotes de vacina contra leishmaniose

25 de maio de 2023

Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informa que determinou a suspensão da fabricação e venda da vacina contra leishmaniose, a Leish-Tec. A decisão foi feita após a fiscalização constatar desvio de conformidade do produto que pode ocasionar falta de eficácia da vacina, gerando risco à saúde animal e saúde humana. Vale ressaltar que as investigações estão em andamento e outras ações poderão ser adotadas.

Como órgão que, entre outras atribuições, norteia o exercício profissional de médicos-veterinários, o Conselho Federal de Medicina Veterinária orienta profissionais e responsáveis por animais que entrem em contato com o fabricante para receber informações atualizadas sobre as providências a tomar, pois é o laboratório Ceva que deve realizar esses esclarecimentos.

Até o momento, oito lotes foram reprovados (029/22; 037/22; 043/22; 044/22; 060/22; 004/23; 006/23; 017/23) por apresentarem teor de proteína A2 inferior ao limite mínimo estabelecido na licença do produto. O ministério determinou o recolhimento desses lotes e a empresa fabricante já iniciou a busca/recebimento deles.

De acordo com o Mapa, as fiscalizações em estabelecimentos fabricantes de produtos veterinários são rotineiras e visam verificar as Boas Práticas de Fabricação, Controle de Qualidade realizado pela empresa e os relatos de eventos adversos enviados para o seu sistema de farmacovigilância.

Leihsmaniose visceral

A leishmaniose visceral, conhecida também como calazar, é uma zoonose e um grave problema de saúde pública no país. A doença é transmitida para animais ou humanos por meio da picada de insetos fêmeas infectadas, conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis.

Em todas essas ações, o médico-veterinário exerce um papel específico e relevante, o que o torna essencial na vigilância, prevenção e controle da doença, atuando em duas vertentes estratégicas: a saúde pública e a clínica veterinária.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde (MS) apontam uma média superior a três mil casos anuais e uma letalidade em torno dos 7%, tendo como fator de imensa preocupação a elevada concentração de casos na faixa etária de zero a 14 anos. A doença também pode acometer uma alta proporção de cães em localidades cuja ocorrência da doença é endêmica.